quinta-feira, 31 de março de 2011

A árvore do quintal


"Sim, que à parte o sentido prisco, valia o ileso gume do vocábulo pouco visto e menos ainda ouvido, raramente usado, melhor fora se jamais usado. Porque, diante de um gravatá, selva moldada em jarro jônico, dizer-se apenas drimirim ou amormeuzinho é justo, e, ao descobrir, no meio da mata um angelim que atira para cima cinquenta metros de tronco e fronde,quem não terá o ímpeto de criar um vocativo absurdo e bradá-lo – Ó colossalidade! – na direção da altura? E não é sem assim que as palavras têm canto e plumagem.”

Sagarana (São Marcos), Guimarães Rosa.

A árvore do quintal, uma Alchornea sp.

bjos, Mari

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